sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A rainha dos Nenúfares





Este nenúfar gigante pertencente ao género Victoria repousa no Jardim Botânico de Coimbra .
As suas folhas dispostas á superfície da água mantêm-se perfeitamente equilibradas , como que suspensas ... e é de uma beleza que nenhuma fotografia jamais poderá transmitir na sua plenitude .
Umas horas antes da floração , os botões exalam um aroma doce que mais lembra o cheirinho a ananás ... ,  parece que nos avisa , vaidoso , que ainda se vai tornar mais bonito ...:)

O nome do género , Victoria , foi-lhe atribuído em 1837 , pelo botânico inglês , John Lindley em homenagem á Rainha Victoria .
Pertencente a este género , existem 2 grandes nenúfares , o Victoria cruziana e o Victoria amazonica e destas duas espécies já seis variedades foram criadas .
Existem algumas diferenças entre as duas espécies , mais visível a nível das folhas , por exemplo :

  • o Victoria cruziana , tem folhas sensivelmente mais pequenas , com a lateral arroxeada e rebordos mais altos e densamente pubescentes ( pêlos ).O botão da flor , ao contrário da amazonica , não tem espinhos e tem sépalas mais claras Já as flores , têm pétalas pontiagudas e são de cor creme na primeira noite e depois tomam tonalidades rosa claro .

  • o Victoria amazonica tem folhas maiores , que chegam aos 3 metros de diãmetro , com rebordo mais baixinho , de laterais avermelhadas e sem pêlos. O botão da flor apresenta espinhos ao longo das sépalas de cor marrom e quando esta finalmente abre , as pétalas são arredondadas e de cor branca na primeira noite virando depois para cor de rosa médio a escuro .
O Victoria cruziana é nativo da América do Sul ( Argentina , Brasil , Paraguai e Uruguai ) preferindo climas mais frios , já o Victoria amazonica encontra-se maioritariamente no Rio Amazonas , Colombia , Guiana e Perú .


Botânica :Sinonímia : Victoria cruziana = Victoria trickeri
Victoria amazonica = Victoria regia
Família : Nymphaeaceae
Género : Victoria
A primeira vez que um ocidental se cruzou com tão belo exemplar , foi em 1801.
Tadéas Haenke , um botânico e naturalista , havia sido enviado para a Bolívia , pelo governo espanhol , a fim de investigar a flora nativa desta região , quando , no rio Amazonas , se deparou com até á data , tão inédito espectáculo .
 Apesar disso , só em 1825 é que a Europa conheceu esta espécie , através do botânico Aime Bonpland que enviou sementes para França . Muitos mais se lhe seguiram ... para que hoje , em jardins botânicos de todo o mundo se possa admirar esta jóia do mundo natural .
E se pensarmos bem ... quantas mais é que haverão escondidas , por entre as florestas densas e carregadas de vida , no seu mais puro estado .

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