segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Erva-das-vassouras

A gilbardeira , como é comumente chamada , é um arbusto que cresce principalmente em terrenos calcários e em florestas de azinheiras ou sobreiros , como se vê na foto acima . Existe por toda a Europa Central e Meridional , crescendo particularmente bem nos nossos bosques . É também conhecida por outros nomes , como : gilbarbeira , erva-dos-basculhos ou azevinho-menor .

Pertence ao género Ruscus e á especie Ruscus aculeatus L.

Tem caules erectos que chegam a atingir , na maturidade da planta , cerca de 1 metro de altura . O pormenor mais curioso deste arbusto , é que aquilo que consideramos nele como folhas , são na realidade , pseudofolhas , a que os botânicos chamam de filocládios , e sobre os quais , se desenvolverão mais tarde as flores e as bagas vermelhas . As verdadeiras folhas são quase imperceptiveis , e distribuem-se ao longo do caule da planta como se fossem pequenas escamas .Os filocládios têm a particularidade de suas extremidades serem muito aguçadas , de tal maneira que basta encostar a pele á planta , para sair de lá todo arranhada ( como pude comprovar no dia em que tirei estas fotos ).

Quando tentei descobrir a família botânica na qual esta planta se inseria , foi um quebra-cabeças , pois cada literatura designava uma família diferente , resultado... muita pesquisa , mas aqui vai a explicação possível :
  • na Classificação clássica de Cronquist (1981 ) é clasificada como pertencendo á família das Liliáceas
  • na Classificação filogenética APG (1998) foi criada a família das Asparagaceas que passou a incluir o género Ruscus
  • na Classificação filogenética APG (2003 ) inclui-se na sub-familia Ruscaceae .Esta família é considerada opcional e todas a suas plantas podem ser agrupadas na familia Asparagaceae

Actualmente a família Ruscaceae engloba 476 espécies distribuidas por 26 géneros , sendo o género Ruscus um deles . Para mais informação sobre a nova nomenclatura ver o site : http://www.mobot.org/MOBOT/Research/APweb/

Propriedades medicinais :

A raiz da gilbardeira é considerada actualmente , como a planta com maior acção tónica sobre as veias , entrando por isso na composição de numerosos medicamentos para problemas de insuficiência venosa . A sua acção vasodilatadora e anti-inflamatória deve-se á presença de saponinas esteróidicas e ruscogeninas , respectivamente .

  • Externamente , recorrendo a loções ou compressas com a decocção , é muito eficaz na redução da celulite graças aos seus efeitos tonificantes .
  • Aplica-se também em afecções venosas como varizes , flebites, pernas pesadas e edemas (retenção de líquidos ) por induzir uma melhoria da circulação no sistema venoso e fortalecer as paredes dos capilares .
  • Nos casos de gota , litíase renal e artritismo é benéfica , devido ao seu efeito depurativo. Ao facilitar a eliminação do ácido úrico (cujo acúmulo no organismo é responsável pelo aparecimento da patologia vulgarmente denominada como gota ) e ao aumentar o suor produzido pelo organismo , facilita o bom funcionamento do mesmo e consequentemente uma melhor qualidade de vida .

Existem , hoje em dia , numerosos preparados com esta planta disponiveis nas farmácias e ervanárias , facilitando assim o seu uso como planta medicinal .

Cultivo :

Uma vez que se trata de uma planta silvestre , quando cultivada em casa , principalmente em vaso , necessita de algum adubo . No seu habitat natural , a gilbardeira , retira os nutrientes do solo enriquecido pelas camadas de turfa , e como tem um crescimento muito vigoroso , quando cultivada em vaso , é natural que necessite de um bom substrato . Para além disso , necessita de alguma humidade nas raízes e deve ser cultivada em meia-sombra ( reproduzindo mais uma vez as características de seu habitat natural ). Produz bagas no final e durante os primeiros meses do ano .

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